“Daqui pra lá, a chance de um golpe é zero. De lá pra cá, a gente vê que sempre existe essa possibilidade“, disse o presidente em entrevista à revista Veja.
“De lá pra cá é a oposição, pô. Existem 100 pedidos de impeachment dentro do Congresso. Não tem golpe sem vice e sem povo. O vice é que renegocia a divisão dos ministérios. E o povo que dá a tranquilidade para o político voltar“, completou.
Presidente cita Forças Armadas e explica mudança de postura
“Olha só: vai ter eleição, não vou melar, fique tranquilo, vai ter eleição. O que o Barroso está fazendo? Ele tem uma portaria deles, lá, do TSE, onde tem vários setores da sociedade, onde tem as Forças Armadas, que estão participando do processo a partir de agora. As Forças Armadas têm condições de dar um bom assessoramento.”
“Com as Forças Armadas participando, você não tem por que duvidar do voto eletrônico. As Forças Armadas vão empenhar seu nome, não tem por que duvidar. Eu até elogio o Barroso, no tocante a essa ideia — desde que as instituições participem de todas as fases do processo“, completou.
O tom da entrevista de Bolsonaro à Veja reflete um presidente tentando dar sinais de moderação desde os atos de 7 de setembro, o que nem aliados acredita que irá durar muito tempo.
Pesquisas mostram apoio à democracia
Segundo pesquisa Datafolha da semana passada , para 50% dos brasileiros a retórica golpista de Bolsonaro pode se tornar realidade e existe uma chance de o presidente tentar um golpe de Estado.
O apoio à democracia, por sua vez, segue sólido: 70% dos ouvidos pelo Datafolha de 13 a 15 de setembro dizem que o sistema é o melhor para o país, o segundo maior nível da série histórica a ser reproduzido em 1989. Já o contingente que admite a ditadura como opção está no menor patamar, 9%.