Compra de vota deveria resultar em cassação do mandato, mas não na Paraíba, uma terra sem lei quando o assunto é Justiça Eleitoral. O caso mais absurdo vem de Mamanguape, onde a filha da prefeita Eunice Pessoa, promotora Ismênia Pessoa, foi flagrada, em 2016, comprando votos de candidatos e vereadores com pagamento de R$ 5 mil e promessa de nomeações na prefeitura:
Eunice foi cassada em 1° grau, mas seu processo cochila há 3 anos no suspeito Tribunal Ricardista Eleitoral – TRE. Sim, o mesmo tribunal que só pautou as ações contra o ex-governador Ricardo Coutinho 5 anos após a eleição de 2014, e quando ele já estava fora do mandato. Eunice deve ter a mesma ‘sorte’ de Ricardo. Curiosamente, ela também foi eleita pelo PSB.
A impunidade tem feito com que prefeitos e seus sucessores usem e abusem da máquina pública para vencer as eleições. A matemática é simples, mesmo que o candidato seja cassado (o que é improvável no nosso TRE), o mandato já terá terminado. Ou seja, mais vale 4 anos de mandato sob um pedido de cassação do que a derrota nas urnas.
Na cidade de Pedras de Fogo, por exemplo, o sobrinho do prefeito Dede Romão (ex-PSB! sempre ele), Lucas Romão, foi gravado negociando motos e carro em troca de voto. No primeiro áudio que o blog teve acesso, Lucas aparece comprando o apoio de um pré-candidato a vereador e promete duas motos. Uma já foi entregue e está com o Ministério Público após a denúncia feita pelo próprio pré-candidato:
No segundo áudio que o blog teve acesso, Lucas Romão aparece negociando mais um apoio, mas desta vez em troca de um carro de R$ 6 mil. Não sabemos se o carro foi entregue, mas a conduta por si só merece ser investigada pelo MP.
Contra Lucas Romão já existe uma denúncia do Ministério Público por corrupção eleitoral, mas obviamente também vai terminar em pizza, porque a Paraíba virou uma terra sem lei e aqui pode tudo: